eletricidade

Eletricidade, Magnetismo e Circuitos. Problemas adicionais

1. Campo elétrico

Problema 1

Um protão (massa 1 . 67 × 10 27 kg) passa pela origem, em t = 0 , com velocidade (3ˆ ı + 2ˆ ) Mm/s, dentro de uma região onde há vácuo e campo elétrico uniforme, E = E ˆ . Determine o valor que deverá ter E para que o protão atravesse o eixo dos x em x = 85 cm. (O peso do protão pode ser desprezado neste caso).

A força elétrica sobre o protão e a sua aceleração, ambas constantes, são:

F = e E ˆ a = e E m ˆ

As duas componentes da equação de movimento são (unidades SI):

d v x d t = 0d v y d t = 9 . 593 × 10 7 E

A primeira equação implica que v x permanece constante, ou seja, igual à componente x da velocidade inicial: v x = 3 Mm/s. Como a projeção y do movimento é com aceleração constante, a trajetória será uma parábola no plano x y , com eixo paralelo ao eixo y , tal como no caso do lançamento de um projétil. .

O tempo que o protão demora até atravessar o eixo dos x , em x = 85 cm é:

t = 0 . 85 3 × 10 6 = 2 . 833 × 10 7 s

A trajetória parabólica implica que quando o protão atravessar novamente o eixo dos x terá componente v y da velocidade com o mesmo valor absoluto do seu valor inicial, mas com sinal negativo, ou seja, v y = 2 Mm/s. Separando variáveis e integrando a segunda equação de movimento, obtém-se:

2 × 10 6 2 × 10 6 d v y = 9 . 593 × 10 7 E 2 . 833 × 10 7 0 d t = E = 4 × 10 6 9 . 593 × 10 7 × 2 . 833 × 10 7

O resultado é E = 1 . 47 × 10 5 N/C.

Problema 2

Quatro cargas com valores + q e q ( q > 0 ), encontram-se nos vértices dum quadrado de aresta L . Determine a expressão do campo elétrico E , no ponto P (no meio da aresta do lado esquerdo), em função de q , L e a constante de Coulomb, k .

Na figura seguinte, as quatro cargas pontuais, designadas de q 1 , q 2 , q 3 e q 4 , produzem os quatro campos E 1 , E 2 , E 3 e E 4 nas direções indicadas.

Os módulos desses quatro campos determinam-se a partir da Lei de Coulomb:

E 1 = E 2 = k q ( L /2) 2 = 4 k q L 2 E 3 = E 4 = k q d 2 = k q L 2 + ( L /2) 2 = 4 k q 5 L 2

O campo total no ponto P é a soma vetorial dos quatro campos que, usando eixo dos x na direção de q 1 q 4 e eixo dos y na direção de q 1 q 2 na figura anterior, será:

E = ( E 1 + E 2 )ˆ + E 3 cos θ ˆ ı + sin θ ˆ + E 4 cos θ ˆ ı + sin θ ˆ = 2 E 1 ˆ 2 E 3 sin θ ˆ

A partir da figura observa-se que

sin θ = L 2 d = 1 5

substituindo esse valor e as expressões de E 1 e E 3 obtém-se:

E = 8 k q L 2 1 1 5 5 ˆ = 8 k q 25 L 2 25 5 ˆ

2. Voltagem e corrente

Problema 3

Uma partícula pontual com massa de 1.5 µg e carga de 12 nC encontra-se numa região onde existe vácuo e campo elétrico constante, com módulo 2.3 kV/m e direção e sentido do eixo dos x . Se num instante inicial a partícula estiver em repouso em x = 3 cm. Determine com que velocidade passará pela posição x = 3 cm.

A diferença de potencial entre as posições x = 3 cm e x = 3 cm, em unidades SI, é:

V = V (0 . 03) V ( 0 . 03) = 0 . 03 0 . 03 E · (ˆ ı d x ) = 0 . 03 0 . 03 2300d x = 138V

a variação da energia potencial elétrica da partícula durante o percurso é:

U = q V = 1 . 656 × 10 6 J

O sinal negativo indica que a partícula perde energia potencial e, como no vácuo não há forças dissipativas, a energia mecânica conserva-se e a diminuição da energia potencial será igual ao aumento da energia cinética:

1 2 m v 2 = 1 . 5 × 10 9 2 v 2 = 138 = v = 46 . 99m/s

Comentário: Observe-se que a aceleração da partícula é constante e com módulo:

a = q E m = 18400m/s 2

e o tempo que demora o percurso é:

t = v a = 2 . 5ms

A distância que a partícula cai, pelo efeito da gravidade, durante esse intervalo é desprezável comparada com os 6 cm que percorre. Como tal, não é necessário saber qual é a posição do eixo x referido em relação ao plano horizontal.

Problema 4

Determine o trabalho realizado por uma pilha de 9 V, que fornece uma corrente de 235 mA durante 5 minutos.

A potência fornecida pela pilha é:

P = ε I = 9 × 235 × 10 3 = 2 . 115W

e o trabalho realizado é igual à energia fornecida durante os 5 minutos:

W = U = P t = 2 . 115 × 5 × 60 = 634 . 5J

3. Resistência

Problema 5

No circuito da figura, determine a resistência equivalente (a) entre B e D, (b) entre A e B, e (c) entre A e D

(a) Para determinar a resistência entre B e D, admitimos que há um medidor de resistências ligado nesses pontos, mas não há nada ligado nos pontos A e C. Como tal, as correntes nas resistências de 560 Ω, 220 Ω e 180 Ω são iguais e, como tal, essas 3 resistências estão em série, podendo ser substituídas por uma única resistência de 960 Ω. De forma análoga, as correntes nas resistências de 330 Ω, 150 Ω e 270 Ω são iguais e, podendo ser substituídas por uma única resistência de 750 Ω. Com essas duas substituições obtém-se o seguinte circuito equivalente:

Cada uma das três resistências nesse circuito está ligada entre os pontos B e D. Como tal, as três resistências estão em paralelo e a resistência equivalente entre B e D é:

R = 1 960 + 1 120 + 1 750 1 = 93 . 39

(b) Para determinar a resistência entre A e B, as resistências de 220 Ω e 180 Ω estão em série (equivalente a 400 Ω), mas não estão em série com a de 560 Ω, porque em A entra ou sai corrente para o medidor de resistência. As resistências de 330 Ω, 150 Ω e 270 Ω também estão em série, porque não há nada ligado em C, sendo equivalentes a uma única resistência de 750 Ω:

As resistências de 120 Ω e 750 Ω, que estão em paralelo, podem ser substituídas pela resistência equivalente,

1 120 + 1 750 1 = 120 × 750 120 + 750 = 3000 29

As resistências de 400 Ω e 3000/29 Ω, em série porque não há nada ligado em D, são equivalentes a 14600/29 Ω

E essas duas resistências estão em paralelo, sendo a resistência equivalente entre A e B igual a:

R = 1 560 + 29 14600 1 = 265 . 1

(c) Para determinar a resistência equivalente entre A e D, podem-se usar os mesmos dois primeiros passos da alínea anterior, conduzindo ao circuito equivalente:

As resistências de 560 Ω e 3000/29 Ω, em série porque não há nada ligado em B, são equivalentes a 19240/29 Ω

Finalmente, essas duas resistências estão em paralelo e a resistência equivalente entre A e D é:

R = 1 400 + 29 19240 1 = 249 . 5

Comentário: O método usado aqui não poderia ser usado para encontrar a resistência equivalente entre A e C. O único que poderíamos fazer seria combinar as resistências de 220 Ω e 180 Ω em série, e as resistências de 150 Ω e 270 Ω em série. Mas a seguir fica-se com um circuito em que nenhumas das resistências estão ou em série ou em paralelo. Nesse caso há que usar os métodos estudados no capítulo 5.

Problema 6

Determine a corrente e a diferença de potencial em cada resistência:

As quatro resistências podem ser combinadas numa só, usando os três passos indicados na figura seguinte. Primeiro combinam-se as resistências de 2.7 kΩ e 2.2 kΩ, em série, a seguir a resultante combina-se, em paralelo, com a resistência de 5.6 kΩ e a resultante combina-se em série com a resistência de 8.2 kΩ.

     

Com uma única resistência ligada à f.e.m. de 5 V, a diferença de potencial nessa resistência são 5 V e a corrente é:

I = V R = 5 10813 = 462 µ A

Substituindo a resistência de 10.813 kΩ pelas resistências de 2.613 kΩ e 8.2 kΩ em série, como mostra a figura seguinte, a corrente de 462 µA será igual nas duas e as diferenças de potencial serão essa corrente multiplicada pelas duas resistências.

Observe-se que os resultados das diferenças de potencial foram ambos arredondados a duas casas decimais e de forma a que a soma deles seja igual aos 5 V da f.e.m.

Substituindo a resistência de 2.613 kΩ pelas resistências de 5.6 kΩ e 4.9 kΩ em paralelo, a diferença de potencial nessas duas resistências em paralelo será a mesma, 1.21 V, e as correntes nas duas resistências obtêm-se usando a lei de Ohm:

I 1 = 1 . 21 5600 = 216 . 071 . . . µ A I 2 = 1 . 21 4900 = 246 . 939 . . . µ A

Arredondando as correntes para números inteiros, de forma consistente com o circuito anterior, usaremos 216 e 246 como mostra a figura seguinte (a soma deverá ser 462 e 246.939 está mais próximo de 246 do que 216.071 em relação a 215).

Finalmente, substitui-se a resistência de 4.9 kΩ pelas resistências de 2.7 kΩ e 2.2 kΩ, recuperando-se o circuito original. Nessas duas resistências em série a corrente de 246 µA será a mesma, e as diferenças de potencial obtêm-se multiplicando essa corrente pelos valores das duas resistências. A figura seguinte mostra a diferença de potencial e a corrente em todas as resistências do circuito original.